A Associação FotoAtiva realiza nesta segunda-feira (16) Café Fotográfico com Betina Polaroid, fotógrafa com o olhar de quem vive a experiência drag queen, que vai contar a história de um movimento cultural do qual passou a fazer parte e que influenciou não só sua arte como também sua identidade política.
O amuleto – uma câmera Polaroid 600 cor de rosa – reflete as referências da sua infância e adolescência, presentes tanto na transformação drag quanto na forma lúdica de fotografar e transformar as imagens. Performer à frente e atrás das câmeras, Betina é ao mesmo tempo uma experiente comunicadora, artista multimídia, e um menino inconformado com as normas de gênero, debruçado sobre as cores do arco-íris na aula de artes da escola.
Betina é o alter ego de Beto Pêgo, fotógrafo há 20 anos, que encontrou na efervescente cena drag carioca um tema motivador para um novo projeto. Ele se tornou um fanático pela nova geração de drag queens, kings e queers que surgia nas festas LBGT+ da cidade. Mas vivia também um desconforto. Anônimo entre o público e protegido pela câmera, se via diante de um espelho: se enxergava naqueles artistas. Não fazia sentido fotografar drag queens com o olhar de quem vem de fora, como um estrangeiro em uma terra exótica, ao se encarar e enxergar a opressão que havia transformado o menino afeminado e espontâneo no adulto normatizado, tímido e discreto, escondido atrás das lentes. “Era necessário transformar o desconforto em expressão: sair do armário, de novo, pelo espelho”, ele conta. Assim nasceu Betina Polaroid.
O encontro começa às 19h, com entrada franca.
Café Fotográfico Com Betina Polaroid
Dia 16 de dezembro, às 19h
Associação Fotoativa
Praça das Mercês, 19. Campina.