O Brasil caminha cada vez mais para um cenário feminino no universo dos negócios. De acordo com pesquisa do Monitor Global de Empreendedorismo 2023 (Global Entrepreneurship Monitor – GEM), feita junto a pessoas que têm a intenção de empreender, no espaço de três anos. De acordo com o estudo, o público feminino responde, atualmente, por 54,6% do empreendedorismo potencial, invertendo a posição registrada em 2022, quando a representação masculina respondeu com 55% de participação. E ainda há mulheres que trabalham em prol de aumentar essa estatística, como é o caso da empresária Tatyane Souza (38 anos), que lançou em outubro de 2024, a Escola do Empreendedorismo Sistêmico para mulheres empreendedoras do Pará.
A escola tem o objetivo de auxiliar mulheres empreendedoras que estão no mercado e precisam de orientação para o desenvolvimento das atividades cotidianas da prática do empreender. “A proposta dessa escola não é fazer só mais um movimento de networking aqui na cidade de Belém, é muito mais profundo que isso. É realmente uma escola onde elas vão elevar o nível de consciência e começar a organizar a vida pessoal com a vida profissional, porque não existe essa ideia de ser bem sucedida somente em uma área da vida. Nós criamos através desse projeto um ambiente de pertencimento com o objetivo também de trazer para fora o que está escondido, as dificuldades, os anseios, os sonhos…Enfim, é também uma rede de apoio”, contou a empresária.
As aulas da Escola de Empreendedorismo funcionam todas as segundas-feiras de forma online, mas há também encontros presenciais para que as interações entre as mulheres empreendedoras sejam mais efetivas. Atualmente o negócio tem aproximadamente 30 mulheres de Belém de outras cidades do estado dos mais diversificados negócios e finalidades. Há mulheres, por exemplo, que já possuem um empreendimento e querem aprimoramento, outras estão em busca de conhecimento para começar a pensar em uma proposta de negócio.
História de Vida e Inspiração
Tatyane Souza é natural da Bahia, morou em São Paulo, chegou em Belém em 2022 e vai retornar para São Paulo ainda neste ano. É empresária há 10 anos, trabalha no ramo de colchões juntamente com o seu esposo. “Quando a gente começou esse negócio, eu tinha um padrão familiar de que empreender é sinônimo de sacrifício, sabe? É vender o almoço para comprar a janta, é passar com o que tem. E eu vejo muitas pessoas nesse padrão, hoje em dia. Então, quando eu vim para Belém, eu já estava vivendo um processo profundo de autoconhecimento. E eu percebi que a Ortobom veio para ser uma escola para mim. Para aprender a mudar a minha postura. Porque, apesar de ser empresária, de ter colaboradores e de já ser grande, eu me comportava ainda como pequena. Eu me comportava como uma funcionária da minha empresa. E aí, quando eu vim para Belém, eu já estava vivendo um processo com mentorias, conectada a pessoas que estavam me fazendo enxergar além”, explicou a empresária.
Segundo Tatyane a inspiração para atuar no mundo dos negócios vem do ambiente familiar e da sua mentora, Ana Lisboa, hoje ela faz parte do Master Mind dela.
Em relação ao ambiente familiar, sua força vem da experiência da avó, uma grande empresária. “Ela tem uma história muito bonita de superação. Mas ela não tinha o conhecimento que eu tenho hoje. Então ela faleceu muito cedo. Minha avó era pernambucana e mudou para Minas Gerais, lá ela abriu o primeiro restaurante dela. E ela levou toda a família para morar com ela. Porque eles não tinham uma vida fácil. Então, ela levou mãe, pai e irmãos para Minas Gerais. Depois ela foi para a Bahia, local onde ela abriu o segundo restaurante dela. E nesse momento ela já tinha os filhos. Então, essa história de ressignificar vem muito desse lugar dela, porque ela lutou muito para dar conta de tanta gente”, contou Tatyane Souza.
E apesar de está de mudança para São Paulo, a empresária pretende continuar com o projeto e expandir a Escola para outros estados da região Norte.
Texto: Giovane Silva